Capítulo 3: A casa de Madame Filipa

O sol apareceu na fria manhã do primeiro dia de 1900 em Firenze. Mesmo com a cabeça doendo devido a um certo exagero de champanhe, a sra. Flaviana foi a primeira a levantar, e antes mesmo que todos viessem sentar à mesa, ela já havia ido até o túmulo de seu falecido primeiro marido. Mesmo tendo um casamento felix com o sr. Felipo, ela nunca perdera o amor que tinha por seu antigo esposo, pai de seus seis filhos mais velhos.

Quando todos estavam reunidos no café da manhã, a sra. Flaviana já pensava na próxima festa. Seria na despedida de sua amiga Ingerborg Schartz que deveria voltar a Frankfurt dentro de vintes dias.

A manhã foi benevolente também para Carmela Loria. Fora acordada por um belo sorriso do seu marido. O sr. Marco acordou balançando um telegrama na mão. Gritava de alegria pela casa:
- Meu filho está chegando! Meu filho está chegando.
Na cozinha o cheiro de pão fresco feito por Nhá Cleide já pairava por toda casa, quando mais uma vez a campainha tocou, e mai uma vez a ama gorda correu para receber o sr. Cisnério.

Era ano novo, mas a vida permanecia intacta. As famílias aristocratas tinham banquetes em seu desjejum, as carolas iam cedo à missa ouvir o padre Aleto, e a Via Di Fiori esperava o fim do feriado para reencontrar-se com seus comerciantes.

Na casa da Madame Filipa entretanto, o ano trazia duas presenças imponentes, além de duas novas aquisições. Entre todos os shakes árabes que ali passaram o reveillon, o que mais havia torrado suas liras fora o sr. Aliluis Alfad, um jovem filho de um shake que havia se casado com uma portuguesa. Aliluis não viera do Egito para a Europa apenas para turismo. Veio para abrir uma botique de tecidos, em nome da sua família. Por esse motivo, uma das cocotes erradiava deslumbre. Brunette havia passado a noite com o jovem rabibe. Quem amanheceu feliz também, era sua irmã gêmea, Guilhermina. ela havia recebido o melhor pagamento de sua vida. O jovem sr. André Ravéras havia chegado pouco antes da virada de ano, acompanhado de duas moças, as novas contratadas da casa. Contudo ele preferiu estrear sua temporada pela Itália com uma das moças veteranas.

Quando já não haviam mais clientes na casa, Madame Filipa chamou todas as meninas até o grande salão. Uma vez todas reunidas, Madame Filipa se pronunciou:
- Feliz Ano Novo a todas. Primeiro gostaria de falar que amanhã todas vocês ganharão de mim, dois vestidos novos cada uma. Será meu presente de Reis para vocês. Um é presente meu, outro é um mimo ofertado pelos shakes. Por isso parabenizo-as pelo excelente trabalho.

As cocotes ficaram todas com os sorrisos nas orelhas. Sabiam da generosidade de Madame Filipa, mas nessa ocasião haviam sido alegremente surpreendidas.
- Sendo assim minhas filhas, amanhã na primeira hora iremos todas juntas à casa do senhor Xin Li Ping. Aquele chinês possui os melhores vestidos da cidade.
- Agora quero que vocês, Brunette, Guilhermina, Alicia, Clotilde e Amora, dêem as boas vindas, e recebam de braços abertos as suas novas colegas, Violeta e Emilia.
Todas deram as boas vindas, e demonstraram simpatia. Mas Emanuelle, já apresentada como Violeta, notou um certo olhar desdenhoso por parte das irmãs gêmeas.

Emilieva adorou o novo lar. Deslumbrou-se com a quantidade de uísque no bar, e adorou a decoração feita em tecidos rubros, rosas e brancos. Mas usa felicidade foi completa ao ver seu novo quarto. Tinha o dobro do tamanho do antigo, e sua janela dava para o quintal ao fundo, onde havia um belo canteiro de rosas brancas.

Emanuelle ficou no quarto em frente. Não se impressionou muito coomo sua amiga. O seu coração misturava uma boa dose de emoções: angústia por ser uma foragida, alívio por ter um lar, além de uma estranha sensação de felicidade.
***
No mar mediterrâneo um navio vindo da América, transportava o filho de dona Carmela. Giulian Lori resolvera voltar para a Itália depois de longos trinta anos. Na América formou-se médico e casou-se com uma colega de trabalho a sra. Charlote Smith. Juntos tiveram apenas um filho.

Peter resolveu seguir a tradição e assim como seu avô Marco e seus pais, formou-se médico. Era um belo rapaz. Alto e encorpado, com um olho negro sedutor. Peter gostava de boa música, boa bebida, mas acima de tudo amava as mulheres. Nunca teve um namoro longo, porque para ele isso significava perder sua liberdade de garanhão. Ele aguradava ansioso pela chegada à Firenze.

Queria conhecer as fiorentinas, o máximo possível delas. Estudou a língua italiana, além dos mais famosos peotas italianos apenas pela idéia da conquista das moças que iria conhecer. Porém a sua ansiedade deveria esperar mais doze dias. Enquanto isso, Peter teria que contentar-se com uma camareira que havia no navio, a qual, ele já visitara vinte vezes a cabine.

1 comentários:

Anônimo disse...

Belo texto!
Por favor, aceite esta manga!